Sou militar. Por incrível que possa parecer para alguns, a nossa mesa do "rancho" na hora do almoço é um dos lugares mais democráticos e tolerantes que conheço.
Sentados ali, durante as refeições, falamos sobre tudo de maneira apaixonada. Futebol, política, religião e tudo mais que "não se discute". Não é uma conversa sóbria. Falamos alto, interrompemos aqueles que estão falando, tentamos ganhar no grito. Além disso, toda essa polêmica é temperada com muita "guerra" (palavra do nosso dialeto que significa zoeira). Se já não bastassem as divergências, os adjetivos durante os debates são: feio, careca, corno e mais outros que são impublicáveis. Mas sabe o que acontece ao final de tudo isso? Somos companheiros. Saímos rindo muito, leves e ansiosos para o próximo almoço, onde vamos recomeçar todas as discussões do dia anterior.
Não sei dar um explicação para isso. Talvez seja o fato de termos trajetórias parecidas. Talvez seja o treinamento. Talvez seja porque nos reconhecemos uns nos outros. Somos irmãos de armas. Em tese, somos treinados para proteger uns aos outros.
A verdade é que não sei explicar a razão disso. Mas quero dizer a vocês: é muito bom estar entre pessoas assim, onde podemos falar tudo sobre tudo, e seguirmos companheiros como sempre, quiçá até mais próximos do que antes.
Comecei o texto falando que sou militar. Inicio esse outro trecho com outra afirmação sobre mim: sou cristão.
Entendo que minha ligação com meus irmãos de fé se dão em fundamentos muito superiores do que com os meus irmãos de armas.
Aquilo que nos une, o sacrifício de Cristo e o poder do Espírito Santo, tem significado muito maior e mais profundo. O fato de todos termos conhecimento de sermos pecadores miseráveis nos nivela de um jeito onde ninguém pode se achar superior ao outro. O "regulamento" que norteia nosso relacionamento é muito mais gracioso e amoroso do que o regulamento das Forças Armadas.
No entanto, diferente da mesa do "rancho", junto aos meus irmãos de fé, não podemos expor nossas opiniões livremente. Não podemos falar sobre qualquer assunto. Há melindres. Há acusações. O caráter é colocado em dúvida. A própria condição de cristão é colocada sob suspeita.
Da mesma forma que não entendo a liberdade e a leveza do relacionamento entre os irmãos de armas, também não entendo esse peso e essa "censura" entre os irmãos de fé.
Será que só eu acho que não deveria ser assim?
Sentados ali, durante as refeições, falamos sobre tudo de maneira apaixonada. Futebol, política, religião e tudo mais que "não se discute". Não é uma conversa sóbria. Falamos alto, interrompemos aqueles que estão falando, tentamos ganhar no grito. Além disso, toda essa polêmica é temperada com muita "guerra" (palavra do nosso dialeto que significa zoeira). Se já não bastassem as divergências, os adjetivos durante os debates são: feio, careca, corno e mais outros que são impublicáveis. Mas sabe o que acontece ao final de tudo isso? Somos companheiros. Saímos rindo muito, leves e ansiosos para o próximo almoço, onde vamos recomeçar todas as discussões do dia anterior.
Não sei dar um explicação para isso. Talvez seja o fato de termos trajetórias parecidas. Talvez seja o treinamento. Talvez seja porque nos reconhecemos uns nos outros. Somos irmãos de armas. Em tese, somos treinados para proteger uns aos outros.
A verdade é que não sei explicar a razão disso. Mas quero dizer a vocês: é muito bom estar entre pessoas assim, onde podemos falar tudo sobre tudo, e seguirmos companheiros como sempre, quiçá até mais próximos do que antes.
Comecei o texto falando que sou militar. Inicio esse outro trecho com outra afirmação sobre mim: sou cristão.
Entendo que minha ligação com meus irmãos de fé se dão em fundamentos muito superiores do que com os meus irmãos de armas.
Aquilo que nos une, o sacrifício de Cristo e o poder do Espírito Santo, tem significado muito maior e mais profundo. O fato de todos termos conhecimento de sermos pecadores miseráveis nos nivela de um jeito onde ninguém pode se achar superior ao outro. O "regulamento" que norteia nosso relacionamento é muito mais gracioso e amoroso do que o regulamento das Forças Armadas.
No entanto, diferente da mesa do "rancho", junto aos meus irmãos de fé, não podemos expor nossas opiniões livremente. Não podemos falar sobre qualquer assunto. Há melindres. Há acusações. O caráter é colocado em dúvida. A própria condição de cristão é colocada sob suspeita.
Da mesma forma que não entendo a liberdade e a leveza do relacionamento entre os irmãos de armas, também não entendo esse peso e essa "censura" entre os irmãos de fé.
Será que só eu acho que não deveria ser assim?
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