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As perguntas que surgem em nossos corações diante das verdades bíblicas revelam profundamente nosso verdadeiro caráter.

Mais do que analisar grandes argumentações ou discursos, meditar sobre nossas perguntas é um profundo exercício de autoconhecimento.

TODOS OS MEUS PECADOS JÁ FORAM PUNIDOS NA CRUZ

Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. (Rm 8.1)

É claro o ensino das Escrituras no sentido de que Jesus Cristo pagou, na cruz, o preço de todos os pecados daqueles que crêem em seu nome. E quando dizemos todos os pecados, são TODOS os pecados. Os passados, os presentes e, até mesmo, os futuros.

Essa é uma verdade maravilhosa, pois dá ao crente a certeza de sua salvação, pois até mesmo os pecados que ele ainda vai cometer já estavam “na conta” de Deus quando derramou sua ira sobre seu filho amado, por amor de todo aquele que crê.

Essa verdade nos convida a uma resposta de amor e gratidão a Deus. No entanto, muitos perguntam: Se é assim, se todos os meus pecados já foram perdoados, até mesmo os futuros, então posso pecar tranquilamente?

Essa pergunta revela que em nosso interior, nosso maior interesse está em continuar pecando, sem sofrermos as consequências eternas de uma vida de pecado.

Não estamos interessados em um relacionamento íntimo e de gratidão com o Deus amoroso e misericordioso que proveu um perdão tão amplo. Não estamos nos perguntando sobre como devemos agradar a esse Deus que, quando ainda éramos seus inimigos, enviou seu filho para sofrer e morrer por nós, conquistando esse perdão.

Da mesma forma que a verdade sobre o perdão revela nossas motivações, a prática da oração também expõe o que realmente pensamos sobre nosso relacionamento com Deus.

DEUS SABE O QUE VOCÊ PRECISA ANTES DE VOCÊ PEDIR

E, orando, não usem vãs repetições, como os gentios; porque eles pensam que por muito falar serão ouvidos. Não sejam, portanto, como eles; porque o Pai de vocês sabe o que vocês precisam, antes mesmo de lhe pedirem. (Mt 6.7-8)

Deus é onisciente. Para ele não existe passado, presente ou futuro. Toda a realidade está posta diante dele como um mesmo instante. Não há nada que ele não saiba. Não há nada que ele precise descobrir ou aprender. Não há nada que esteja oculto a ele.

Diante desse atributo, fica clara a afirmação de Jesus sobre a oração. Ele sabe do que precisamos antes mesmo de pedirmos. Nossa oração não informa Deus de nada.

Qual a pergunta mais recorrente diante dessa verdade? Se Deus sabe do que preciso antes de eu pedir, por que orar então?

Por trás dessa pergunta está aquilo que realmente pensamos da oração: uma lista de petições.

Desde a criação e depois, na salvação, o desejo de Deus é ter um relacionamento com o ser humano. Relacionamento de Pai e filho. A oração é uma conversa com o nosso Pai. Uma conversa com aquele que nos ama e a quem deveríamos amar por tudo que ele já fez por nós.

Além disso, as orações são um meio de transformar o nosso próprio coração, alinhando-o com a vontade de Deus.

Mas, ao perguntar por que deveríamos orar se Deus já conhece nossas necessidades, assumimos que nosso relacionamento com Deus deve girar apenas em torno de nossas vontades, daquilo que queremos.

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus nos alerta sobre como nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jr 17.9). Por isso devemos sempre estar atentos e desconfiando das nossas motivações. Precisamos andar em total dependência do Espírito Santo, pedindo para nos ajudar a perceber as nossas falhas e a nos perdoar das que estão escondidas em nosso coração (Sl 19.12).

Assim teremos verdadeiro amadurecimento espiritual, crescimento na semelhança de Cristo e verdadeiro relacionamento com o nosso Pai que está nos céus.

Que busquemos, portanto, sondar o nosso coração à luz da Palavra, vivendo em constante arrependimento e comunhão com Deus.

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